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De olho no desperdício

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FEVEREIRO

De olho no desperdício

Quer economizar mais? Trataremos hoje de um assunto que talvez seja o maior vilão da obra: o desperdício. E ele tem esse posto por causa do seu estilo bem mineiro – ele come quieto. Ele marca presença desde a concepção da casa; depois, instala-se sorrateiro. No final das contas, eleva os custos de qualquer obra de forma silenciosa. Esse desperdício pode chegar a até – pasmem – 10% dos custos da construção! Alguns engenheiros gostam de chamá-lo de perda de materiais, mas o estrago é o mesmo. Qualquer obra inclui um percentual de perda de material. É normal. Mas precisamos planejar para diminuir ao máximo esse problema. A solução é investir em um bom projeto, comprar itens de qualidade e principalmente: monitorar a obra. E para isso, vocês podem contar com toda nossa equipe para que sua obra seja bem administrada e evitar desgastes financeiros.

Abaixo, dicas para rastrear alguns problemas.

Projeto e planejamento: A fase de projeto, tanto arquitetônico quanto os projetos de Engenharia (elétrico, hidráulico, estrutural), é a mais importante para reduzir desperdícios e gastos desnecessários. A lógica é simples. Quanto mais detalhes antes, menos perda depois. A falta de um projeto adequado resulta no cálculo incorreto de materiais e mão-de-obra, gerando distorções de custos e cronogramas. E outra: a quantificação dos materiais deve ser feita para que a aquisição do lote destes materiais seja feita de uma única vez, evitando diferenças de tonalidade, por exemplo. Isso evita também que haja pessoas paradas no canteiro por falta de material. A falta de projetos ainda acarreta erros de execução, gerando quebras e remendos cruciais para o desperdício.

Canteiro organizado: um local de trabalho bagunçado é parceiro fiel do desperdício. A começar pelos blocos ou tijolos que começam a ser despejados na calçada. Alguns ou vários se quebram. Depois são transportados para uma área de armazenamento, e finalmente para a obra. A perda de blocos e tijolos, em média, giram em torno de 13%, podendo chegar a até 48%, segundo pesquisas. Quanto mais organizado o canteiro, menor a chance de perda de material. O básico é mantê-lo preservado de furtos, intempéries, riscos de acidentes e em local de fácil acesso.

Furto: Canteiros reduzidos, onde nem sempre há espaço para guardar as compras são os que mais sofrem. Isso não significa que as grandes obras estejam livres desse mal. Deixar os produtos na rua, por exemplo, é prato cheio para os malandros de plantão, além de correr o risco de ser multado pela prefeitura. O ideal é ter o muro pronto o mais cedo possível – ou então uma estrutura temporária, mas resistente, como um pequeno galpão trancado ou até mesmo containers de armazenamento.

Transporte inadequado: trata-se de qualquer forma de entrega dos materiais que os danifique ou os inutilize. Um exemplo clássico é a quebra de blocos e tijolos durante o percurso de entrega, assim como areia e pedras espalhadas pela rua. A saída é simples: prefira um fornecedor de confiança, confira se utiliza um caminhão apropriado e avalie o estado do material na hora da entrega. Cuidado também com o carrinho de pedreiro: quando em más condições de uso, vai deixar espalhado pelo caminho todo material que ele carregar, aumentando ainda mais o desperdício.

Materiais: areia, cimento e cal parecem escoar pelos dedos se forem armazenados de modo incorreto (levados pela chuva, danificados pela umidade). Cerâmica costuma ser outra fonte de desperdício, e uma tendência atual aumenta o problema – as peças estão maiores. O recorte dessas peças é uma fonte potencial de perda. Sem planejamento, a perda por cortes pode chegar a 50%. Este planejamento - que chamamos de paginação - é essencial para que o desperdício diminua.

Mão-de-obra: uma parte do desperdício resulta da formação ruim da mão-de-obra e de maus hábitos. Um exemplo é o pedreiro que assenta blocos e não reusa a argamassa que cai no chão – ela fica ali secando e depois vai para o entulho. O ideal seria o treinamento periódico dos profissionais. Muitos deles aprendem o trabalho no dia a dia, “treinando” com companheiros de obra. Isso faz com que os erros na execução persistam, como um vício. É preciso contratar mão de obra especializada, com profissionais treinados, capacitados e devidamente documentados, assim como fazemos aqui na Portfolio Arquitetura + Engenharia.

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